Educação e Valores

PEDRO LUIZ PEREIRA CAMPANHA
BUTANTA  USP III - TURMA F


Vídeo-aula 3: O juízo moral na criança.
“toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire Por essas regras.” Jean Piaget.


Piaget  por meio de observações escreveu como se da a construção de valores das crianças, por exemplo por jogos de regras como se da a construção da moralidade. Ainda segundo Piaget, toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras.
Moral esta vinculada com as regras, cumprir ou não cumprir.  Os valores humanos estão relacionado com o  cumprimento das leis e regras. Respeito não é medo, respeito é algo já internalizado no indivíduo.


A representação mostra o pensamento de Piaget sobre o desenvolvimento de valores da criança.
Nomia - regras estabelecidas pela cultura ou sociedade em que vivemos. 
  • A/nomia -  criança sem regras (recém nascido).
  • Hetero/nomia – regras do que pode ou não pode se fazer. (pela família, religião, sociedade). 
  • Auto/nomia – entende as regras sem estar imposta,  o sujeito sabe o que deve ou não fazer pois as regras estão internalizadas (cooperação e respeito mútuo).
A transição da anomia para heteronomia  se da através da coação e do respeito unilateral (direção única, a criação precisa respeitar senão recebe algum tipo coação), mas para respeitar tem que ter sentimento de “gostar” e medo de perder.
Piaget defendeu que em culturas ou sociedades rígidas a evolução fica restrita a heteronomia, estas sociedades ou meios forçam as pessoas a serem obedientes, impedindo-as de chegar a autonomia.
Egocentrismo -  (o mundo gira em torno dela) as relações ao longo do tempo  tendem a reduzir o egocentrismo.
A autonomia é a meta almejada para o desenvolvimento da criança.

 Vídeo-aula 4: A escola e a construção de valores.

 A escola que deseja desenvolver uma educação em valores precisa estar atenta aos seguintes aspectos:
  • Conteúdos curriculares - devem propor trabalhos transdiciplinares e interdisciplinares com temas de inclusão social, ética, convivência e direitos humanos.
  • Metodologia das aulas - é preciso levar a construção coletiva e do diálogo.
  • Trabalho intencional com valores - Trabalhar a Declaração do Direitos Humanos.
  • Relações inter pessoais - Admiração, respeito e autoridade.
  • Auto-estima - Auto-imagem, consciência.
  • Auto-conhecimento - Sentimentos e emoções. 
  • Gestão escolar -  Decisões debatidas de forma coletiva e busca de novos caminhos para novos desafios.   
 Todas as escolas dizem trabalhar todos os aspectos citados, porém, nem sempre o fazem ou quando fazem em sua maioria deixam a deseja. é necessário repensar o trabalho e implementar mudanças que busquem a evolução dos valores do invidíduo, principalmente relacionados a escola. Sempre me questiono, por que o comportamento da criança dentro da escola é tão diferente do comportamento dentro de outro ambiente público, por exemplo uma igreja? Quais valores a escola deixou de ter para esta criança?

Vídeo-aula 7: Educação e Ética.
 "a ética fala da justiça porque há desigualdade, fala da amizade porque não somos auto-suficientes, fala da democracia porque não existem sábios suficientemente capazes e competente para governarem sem perigo de se equivocar"  Campus.




Independente da definição de ética que mais agrade, é importante lembrar que ética é construída como um hábito, parte de exemplo e ações. Isso deve ser lembrado todos os dia pois nós professores somos uma grande referencia. Estamos acostumados a pensar eticamente sobre atitudes de terceiros mas não é raro esquecermos que algumas de nossas atitudes  não são éticas. Dando uma definição minimalista de ética seria, não faça para os outros o que não se quer para você. Pensando assim uma boa possibilidade de comportamento ético entre todos no ambiente escolar começaria com um bom diálogo para estabelecer regras que visem o respeito e compreensão entre as desigualdades para o bom convívio coletivo.

Vídeo-aula 8: A construção psicológica dos valores.
O professor Ulisse Araujo, baseado em trabalho de Piaget, define a construção de valores como sendo "trocas afetivas que o sujeito realiza com o exterior. Surgem projeções de sentimentos positivos sobre objetos, e/ou pessoas, e/ou relações, e/ou sobre si mesmo".
Estes valores (positivos ou negativos,  "coisas que eu gosto ou não gosto") são construídos por toda a vida e não apenas em uma fase da vida.  Tais valores estão ligados a sentimentos morais (vergonha culpa,etc.).

A imagem mostra possíveis configurações dos valores na identidade do sujeito, ou seja, determinadas pessoas tem como valor central honestidade e justiça, enquanto outras tem como valor central ter dinheiro ou beleza física. Estes valores refletem diretamente no comportamento pois um determinado sujeito que tem como valor central ter dinheiro tem forte tendencia de ser desonesto.
Os valores centrais e periféricos podem ser diferentes dependendo da situação, por exemplo, posso ser honesto com um amigo  que devo dinheiro e ser desonesto com o governo deixando de recolher impostos. Mais que isso, valores centras podem se alterar  ou serem construídos a qualquer momento da vida.
Pensando nisso é importante interferir na aprendizagem do aluno buscando projetos que visem trabalhar valores como justiça, honestidade e cidadania, afinal, como valores podem ser mudado podemos reverter valores negativos dos alunos em valores positivos.

Perspectivas atuais das Pesquisas em Psicologia moral.

Moralidade faz parte de nossa personalidade.  Sobre isto, diversas pesquisas discorrem sobre o esquema do sujeito psicológico (consciência e não-consciência)  e dimensão afetiva.
A dimensão afetiva esta sempre inter-relacionada com os demais aspectos do psiquismo humano e relacionado com relações físicas, inter pessoais e sócios culturais.
Baseado nisso, pesquisas apontam que o sujeito tem papel ativo na construção de valores. Esses valores podem ser morais ou não, sendo construído  de formas diferenciadas, centrais e periféricos.
Situações problemas estudadas mostras que amizade, responsabilidade e generosidade podes ser valores centrais ou periféricos, dependendo da situação.
As pesquisas mostram ainda que existe regulação dos valores pelos sentimentos ( vergonha, culpa, medo, etc.), que temos valores integrados (por exemplo tolerância e generosidade) e que esta integração exerce papel de regulação no sistema moral (indica quais valores são centrais e quais são periféricos).
São implicações diretas destas descobertas para a educação em valores:
  • Valores podem ser ou não morais.
  • A moralidade não se guia apenas pelo principio da justiça.
  • Papel ativo do sujeito na construção de valores - a educação moral não pode ser transmisssiva e sim reflexiva.
  • Construção e elaboração dos valores como centras e periféricos e a importância das situações - valores como objeto de conhecimento pelos alunos em diversas situações.
Vídeo-aula 12: Perspectivas atuais da educação em valores.
Ulisses destaca a educação de valores no cotidiano escolar por meio de:
  • Fórum - comunidade em geral discutindo temáticas de ética e cidadania (convivência democrática, direitos humanos e inclusão social). Articulação da comunidade em prol da educação.
  • Levar as discussões do fórum para fora das paredes da escola, fazer com que os alunos busquem problematizar a comunidade.
  • Trazer os problemas da comunidade problematizados e inseri-los no currículo, ou seja, trabalhar os questionamentos que os alunos fizeram.
  • Proporcionar ao aluno um papel mais ativo, coloca-lo no centro do processo educativo como um sujeito que deixa de ser passivo no processo de aprendizagem. PROTAGONISMO JUVENIL.

"O Protagonismo Juvenil é um tipo de ação de intervenção no contexto social para responder a problemas reais onde o jovem é sempre o ator principal. É uma forma superior de educação para a cidadania não pelo discurso das palavras, mas pelo curso dos acontecimentos. É passar a mensagem da cidadania criando acontecimentos, onde o jovem ocupa uma posição de centralidade. O Protagonismo Juvenil significa, tecnicamente, o jovem participar como ator principal em ações que não dizem respeito à sua vida privada, familiar e afetiva, mas a problemas relativos ao bem comum, na escola, na comunidade ou na sociedade mais ampla. Outro aspecto do protagonismo é a concepção do jovem como fonte de iniciativa, que é ação; como fonte de liberdade, que é opção; e como fonte de compromissos, que é responsabilidade. Na raiz do protagonismo tem que haver uma opção livre do jovem, ele tem que participar na decisão se vai ou não fazer a ação. O jovem tem que participar do planejamento da ação. Depois tem que participar na execução da ação, na sua avaliação e na apropriação dos resultados. Existem dois padrões de protagonismo juvenil: quando as pessoas do mundo adulto fazem junto com os jovens e quando os jovens fazem de maneira autônoma." http://protagonismojuvenil.blogspot.com.br/

 Trabalhos com temáticas sobre ética e cidadania aumentam as chances dos alunos incorporarem estes valores como centrais em sua identidade.


Vídeo-aula 15: Dimensões constitutivas do sujeito psicológico.

O sujeito psicológico é composto por quatro dimensões:
Biológica - seu organismo.
Cognitiva - parte intelectual, inteligência.
Afetiva - sentimentos e emoções.
sócio-cultural - influenciadas pela cultura local e que ajudam a constituir nossa identidade.
Todas essas dimensões influenciam no comportamento de cada pessoa, comportamento este que é praticado em nosso meio, físico, inter pessoal e sócio-cultural.
É importante ao observar o comportamento de outra pessoa, que não seja focado apenas uma das dimensões do sujeito psicológico. Problemas ou deficiências em qualquer uma das dimensões afetam diretamente as outras. Por isso, ao tentar entender um aluno com dificuldade de comportamento ou aprendizagem, é necessário investigar sua saúde, relações afetivas, relações cognitivas e sua inserção na sociedade visando identificar em qual das dimensões esta o problema que desencadeia o desequilíbrio de comportamento.


Vídeo-aula 16: A construção de valores e a dimensão afetiva.
Piaget traz a afetividade como "fonte de energia para a cognição, a afetividade não tinha o poder de modificar a cognição.
Valeria Amorim Arantes defende que a afetividade como um dos aspectos organizativos do psiquismo humano. Em suas pesquisas trabalhou uma situação problema envolvendo drogas, alguns grupos foram influenciados com opiniões negativas, outro grupo com opiniões positivas e um grupo neutro. Seus estudos mostras que os grupos influenciados positiva e negativamente tem ações diretamente ligadas a influencia. Isto prova que não separamos afetividade de cognição e que as duas atuam juntas no psiquismo humano.
Alguns exemplos são os sentimentos de vergonha e culpa,  veja:
  • Entretanto, temos alguns aspectos que os relacionam:
  • São sentimentos morais, tidos como negativos.
  • São atribuições internas, vivenciadas em relações inter pessoais.
  • Emergem da regulação dos valores morais.
Muitas pesquisas fazem referências a sentimentos de vergonha e culpa,  e podemos ver em algumas pesquisas que estes sentimentos estão relacionados ou não com o valor de gerenosidade, ou seja, posso ou não ter vergonha ou culpa por ser ou não ser generoso em alguma situação específica. Observa-se também que generosidade esta intimamente ligado com amizade.


Sentimentos devem ser objetos de conhecimentos e trabalhados na escola. Trabalhos com sentimentos morais possibilitam a construção de valores como tolerância.

Vídeo-aula 19: Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?
Sim,  podem e são ensinadas a muito tempo. Há registros que escolas já trabalhavam ética e cidadania desde os tempos de Aristóteles.
Sócrates e discussões com Protágoras pergunta: "se formação ética é possível, quem deve faze-la? 
Ética não é disciplina específica, é tarefa de todos, família, escola, igreja, etc.
Mais do que discutir o como ensinar ou quem deve ensinar, devemos  todos agir com ética,  aprendemos muito mais com exemplos de como se faz  do que com ordens ou instruções como faze-lo.

Vídeo-aula 20: Violência e educação UNIVESP TV: Violência nas escolas.


A violência é hoje um problema em todos os campos da sociedade. Falar em violência escolar é falar em algo que está muito além dos muros da escola.
Muitos dos problemas de violência enfrentados hoje dentro do ambiente escolar  estão ligado a problemas sociais.  Alunos já chegam influenciados por violência doméstica ou social e voluntaria ou involuntariamente difundem este ato dentro da escola.
Existe também a violência gerada dentro da escola, seja ela vinda de alunos, direção (por meio de repressões muitas vezes exageradas) ou pelos professores com agressões verbais ou por mecanismos de exclusões.
Independente do tipo ou origem da violência, é fundamental identificar a origem e realizar trabalhos de concientização e valores entre todos, escola, família e sociedade  para tentarmos pouco a pouco diminuirmos este problema que não é específico da escola mas da sociedade toda. E sempre lembrando, dar o exemplo é sempre muito mais eficiente do que apenas falar o que se deve fazer.


Vídeo-aula 23: Assembléias escolares e democracia escolar.
Assembléias escolares são espaços de diálogos democráticos e participativos que visam resolver problemas da escola.
É bom sempre levar, realização de assembléias não garantem resolução dos problemas enfrentados mas uma das grandes caracteristicas da participação dos alunos nas assembléias é leva-lo ao desenvolvimento moral, ético, formando cidadões críticos e com capacidade de argumentação.
Outro fato importante é que também ocorra assembléias docentes, com pautas bem definidas que busquem temáticas como convívio e ralações inter pessoais.
Saiba mais em:

Vídeo-aula 24: Diversidade/pluralidade cultural na escola.
 O Brasil é por si só um país marcado pela diversidade e pluralidade cultural. Temos aqui muitas  regiões com fortes influencias de outros países como Itália, Japão, Alemanha, Holanda, Portugal e também países africanos, todos com habtos culturais com significativa diferença.
Com o aumento do acesso aos estudantes a escola tivemos também o  aumento da diversidade dentro delas. Junto veio a dúvida,  trabalhar a igualdade entre todos ou a diferença de cada grupo específico?. Em minha humilde opinião devemos trabalhas ambos os questionamentos. Vivemos em um mundo que tem facilidade de acesso  a  informações, sendo assim é muito fácil conhecer outras culturas e aproveitar este conhecimento para enriquecer nossa própria cultura e conhecimento, trabalhando a quebra do preconceito de raças ou etnias.
Saiba mais:



Vídeo-aula 27: Práticas de cidadania.

Projetos de pratica de cidadania, antes de serem implantados devem seguir algumas etapas em sua elaboração:
  • levantamento de todas as características do local e público a ser trabalhado, interpretar, respeitar e se adaptar as culturas locais.
  • parceria com representantes de destaque da comunidade.
  • levantamento das demandas a serem atendidas.
  • problematização das demandas e definição dos temas dos projetos.
 Superadas estas etapas temos a elaboração do projeto com:
  • objetivos.
  • definição do público alvo.
  • metodologia e estratégias de intervenção.
  • resultados esperados.
  • cronograma.
Projetos de cidadania bem elaborado e executados trazem grandes benefícios a comunidade mas também traz um enorme benefício a pessoa (pensando individualmente), pois esta passa a entender e desenvolver seus direitos de deveres como cidadão.
Vídeo-aula 28: O fenômeno do Bullying.



Bullyng pode ser definido como todos os tipos de atitudes agressivas intencionais, repetidas,  sem motivação evidente, de longa duração, onde existe desequilíbrio de poder, não oferece possibilidade de defesa. Pode ser praticada de forma individual ou coletiva em qualquer ambiente, inclusive por meio da internet.
Algumas atitudes características de bullyng são: humilhações, xingamentos, ameaças, difamação, constrangimento, menosprezo, exclusão, intimidação roubo ou agressão física.
Pesquisas mostram que mais de 40% das crianças declaram terem sido vitimas de bullyng, sendo que 50% delas não denunciam por medo.
As imagens abaixo mostra perfil de potenciais agressores e vítimas (que fique claro, isto não significa que alguma criança com uma ou algumas destas caracteristicas seja vítima ou agressor).


Temos também os espectadores,  que ficam omissos diante de cenas de bullyng, estes podem ser passivo (por medo de se tornarem vítimas) ou ativos (dão apoio moral aos agressores).

Algumas das consequencias do bullyng são: tendencia ao isolamento, mudanças de humor, queda de rendimento escolar, fobia escolar e em casos mais graves depressão, síndrome do pânico e até mesmo homicídio ou suicídio.
Vale lembrar que bullyng sempre existiu (só não tinha esta denominação), sempre vai existir mas que podemos fazer trabalhos de sensibilização e conscientização dos alunos, família e comunidade, estabelecer regras e limites e aplicar sanções sem tolerância em casos de bullyng como forma de tentar evitar ao máximo estas agressões.

A animação é ótima mas por favor ignorar os últimos 30 segundos da animação, rs....

Um pouco de descontração, kkkk




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