Temas tranversais

PEDRO LUIZ PEREIRA CAMPANHA

BUTANTA USP III - TURMA F

TEMAS TRANSVERSAIS E A ESTRATÉGIA DE PROJETOS.


Video-aula 1: As revoluções educacionais.

Temos como referencia o professor José M. Esteve, classificando a evolução educacional em 3 revoluções:

1ª revolução:


Aproximadamente  2500 anos atrás, nas  corte dos faraós egípcios - se destinava aos filhos dos nobres,  ou seja, uma pequena parte da população. 

Este tipo de educação tem como característica um professor para cada aluno (presseptores - uma pessoa que se encarregava da educação do filho de um nobre por toda sua vida).


2ª revolução: 


José M. Esteve  entende que a 2ª revolução educacional se inicia por volta do século XVIII, com o fim do período feudal começando então a consolidação dos estados nacionais europeus  (Prússia, Rússia, Alemanha, Itália, França...). O primeiro grande marco desta revolução educacional é o Decreto do Rei Frederico Guilherme II (Prússia) - 1787  que determina que a educação deve ser pública e sob responsabilidade do estado, deixando então de ser de responsabilidade da igreja. è a primeira vez na história que legalmente se estabelece que a educação escolar é responsabilidade do estado.
Inicia-se então o modelo de escola que conhecemos até hoje, um ambiente de aprendizado fechado (sala de aula), com um professor, detentor dos conhecimento, que ensinava  uma grande turma de alunos e não mais apenas um aluno.
A foto acima mostra uma sala de aula do  seculo XIX. Podemos notar que os alunos todos os alunos são meninos, isso evidencia que apesar de ser uma escola pública, ela se mostrava excludente, ou seja, era uma escola que atendia menos de 10% da população, entre os excluídos estavam as mulheres e negros. Esta escola tinha um padrão de homogeinização, ou seja, mesmo nível sócio-econômico, cor de pele, idade  e até mesmo comportamento ou desempenho escolar. Um aluno hiperativo ou com dificuldade de aprendizagem era banido dos estudos.

3ª revolução:
Começa na Europa no inicio do século XX e no Brasil por volta dos anos 90. Esta revolução é a universalização do acesso a educação (educação para todos).  A sociedade contemporânea "exige" que o cidadão de hoje tenha acesso a escola e a educação.
A universalização da educação promoveu a inclusão das diferenças na sala de aula ( econômicas, culturais, religiosas, raciais, físicas ...), ou seja, é uma escola para todos.


O processo de universalização me leva a pensar: antes a educação aparentava ter mais qualidade, porem era para poucos. Com a universalização temos escola para todos, entretanto com qualidade não satisfatória. Será que a politica de universalização gera  a  má qualidade das escolas  de hoje e  isto não estaria  limitando os bons alunos ???  
Para concluir,  um pequeno vídeo para refletir...




Vídeo-aula 2: Os caminhos da interdisciplinaridade

O pensamento simplificador: o antropólogo e filósofo  Frances Edgar Morím em seu trabalho sobre história da ciência, estuda Trabalhos de René Descartes, Isaac Newton, Immanuel Kant e Gottfried Leibniz (pensadores que ajudaram a estruturar a forma de organização da ciência e pensamento do século XVII até hoje).
Edgar Morím coloca 3 pricipios para o pensamento simplificador:


" O paradigma de simplificação trouxe a vantagem da divisão do trabalho, da produção de novos conhecimentos e a elucidação de inúmeros fenômenos. Permitiu ao ser humano tentar dominar e controlar a natureza, e foram inequivocamente eficazes para o progresso cientifico e para a melhoria de condições de vida da população entre os séculos XVII e XX."   Edgar Morím

O grande problema do pensamento simplificador é estudar  uma parte do todo (ou uma disciplina) e achar que esta parte é a única  fundamental e explica tudo. Com isto surgiram movimentos que buscam superar a discipinarização:
Transdisciplinaridade - ciência vai além da disciplina específica estudada.


Multidisciplinaridade - varias disciplinas integram o estudo de determinado fenômeno (entretanto as  disciplinas não dialogam entre si, cada um esta dentro do seu campo disciplinar).
Interdiscipinaridade - varias disciplinas que dialogam entre si.

Resumindo, o pensamento simplificador, que buscava fragmentar o conhecimento, foi muito importante para o desenvolvimento da ciência mas como cita o professor Níson Machado, "a realidade não é disciplinar",  assim novos movimentos  surgiram para "costurar" o pensamento simplificador.


Vídeo-aula 5: O conceito da transversalidade

Temas transversais são temas ou problemas que não são uma única disciplina propriamente dita mas que englobam "atravessam" todas as disciplinas.

Um tema transversal possibilita a interação das diversas disciplinas em torno de um problema. Por exemplo, podemos pensar em educação ambiental ou sustentabilidade, temas estes que não são disciplinas específicas mas que necessitam de todas as outras disciplinas para seu estudo e entendimento.

Entenda melhor com a Psicóloga Neide Aprile.



Os temas transversais podem ter:

  • Temáticas ético-político-sociais, atreladas a melhoria da sociedade e da humanidade.
  • Temas voltados para educação e valores.
  • Temas  que buscam dar respostas ao problemas que a sociedade reconhece como prioritários.
  • Buscam conectar a escola a vida das pessoas.

Vídeo-aula 6: Temas Transversais em Educação.
 
A professora da Universidade de São Paulo traz  três concepções para a transversalidade:



Disciplinas como eixo vertebrador, ou seja, as disciplinas tradicionais continuam sendo as prioridades de ensino tendo temas transversais em segundo plano com atividades pontuais, por exemplo palestras,  semana temáticas ou ainda projetos de ONGs.

Apesar desta forma de trabalho ainda fragmentar o conhecimento, ela abre a possibilidade de mesmo que esporádico, o trabalho com temas transversais.


As temática transversais são eixo vertebrador do currículo. Conteúdos tradicionais deixam de ser finalidade e passam a ser o meio para atingir o um fim maior,  as disciplinas tradicionais se articula passam a ser o meio de estudo do tema transversal.

 CONCEPÇÃO 3 - novas metáforas para a transversalidade.
São estratégias que tentam sair dos encontros casuais das disciplinas mas sim faça com que haja uma articulação entre elas, ou seja, romper com a organização disciplinar existente na escola e também pensar em estratégias que liguem a escola ao mundo externo.

Pela Legislação brasileira,  os Temas sugeridos nos parâmetros curriculares são: Ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo.  Cabe a cada comunidade refletir e sugerir qual tema transversal  é sua prioridade.


Vídeo-aula 9: Ciência e Educação.
 O QUE É CIÊNCIA ?


Ciência e escola estão intimamente ligados. Muitas vezes nem percebemos mas estamos utilizando a ciência no dia a dia.
Temos a ciência como instrumental pratico quando por exemplo precisamos discutir qual aparelho comprar quando pensamo qual deles  será mais vantajoso em relação a economia de energia elétrica. Temos a ciência como linguagem em situações de rótulos de alimentos, bula de medicamentos ou instruções em produtos químicos.

A ciência se desenvolve a partir da observação, e podemos usar destas observações de situações que vivemos rotineiramente para estimular o aprendizado. Ja que é multidisciplinar, é importante que se desenvolva as linguagens ,  que seja um instrumento pratico de ensino e aprendizagem e corresponda a uma visão de mundo.



Video-aula 10: Interdisciplinaridade e transversalidade na educação.


“ a gente vem pra escola pra aprender a ler o mundo, começa lendo um texto, mas ler, compreender, mas é ler e compreender o mundo” “ a escola precisa fazer a ponte entre o disciplinar e o transdisciplinar,  ” Nílson Machado.

Pensando nas palavras de Nílson Machado podemos refletir o real objetivo da escola. Sendo assim fica mais claro que o método científico proposto por René Descartes ( onde o fenômeno a ser estudado é fragmentado, analise, síntese, remontagem do mais simples ao mais complexo, dando origem assim a criação das disciplinas específicas) foi importante para o desenvolvimento da ciência, mas fica limitado e com pouco sentido quando pensamos nas escolas de hoje. Edgar Morin vê o método de Descartes como algo que divide e  mutila conhecimento, "é um paradigma que impede o conhecimento complexo". 


Projetos transversais como o do ribeirão  Anhumas (citado nas video-aulas, permitem a interdisciplinaridade, ou seja, as disciplinas não mudam o objeto mas há relações mais fortes entres as disciplinas.



Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede.




Estamos habitados a ver o processo de conhecimento do aluno como sendo um balde ou gavetas, onde enchemos estes espaços com conhecimentos que o aluno irá posteriormente usar. Este tipo de pensamento esta ligado ao trabalho encadeado de Descartes.

 O conhecimento não tem um ponto de partida, já chegamos a escola com  certos conhecimentos.
Conhecimentos em redes traz a ideia de liberdade de compor encadeamentos, planejar um conhecimento não linear, com vários centros de interesses. Não podemos esquecer que encadear é fundamental mas a rede possibilita muitas oportunidades de encadeamento

A idéia de rede esta intimamente ligada a transversalidade na educação.
Entenda mais sobre Tecer conhecimento em redehttp://www.apagina.pt/?aba=7&cat=110&doc=8725&mid=2

 
Vídeo-aula 14: Projetos.

Entre as várias definições encontradas no dicionário, podemos destacar  Projeto como ação , fazer responsável.



Sendo assim, toda pessoa que tem um sonho deve fazer um projeto para realiza-lo,porem, mais que projetar, é preciso executar este projeto.
Todo projeto tem certas características.

  • Metas ou objetivos a serem alcançados.

  • Planejamento.

  • Prever riscos de insucesso.

  • É preciso ter ação, “correr atrás”, ninguém pode ter projeto pelo outro.

No âmbito escolar, pensar em projetos é pensar em motivação para aprender englobando valores. Deve-se buscar projetos  que valorizem a aprendizagem do crescimento moral e ético dos alunos e da comunidade.

Vídeo-aula 17: Pedagogia de Projetos


A pedagogia de projetos abre a possibilidade de o aluno participar e se desenvolver.
Pensando em pedagogia de projetos temos as estratégias de projetos, que são fundamentalmente interdisciplinaridade (relações mais fortes entre disciplinas) e transversalidade (temas que  atravessam todas as disciplinas).

Interdisciplinaridade x Transversalidade, qual a diferença? Vale lembrar que na interdisciplinaridade existe um dialogo entre as disciplinas e na multidisciplinaridade cada especialista da sua contribuição e volta ao seu campo de atuação (não existe o dialogo).

Em educação, projetos bem elaborados permitem ao aluno contextualizar o conhecimento, dando sentido do porque estudar esta ou aquela disciplina  e possibilitando na pratica que o aluno consiga entender as relações entre as diversas disciplinas estudadas na escola.


Vídeo-aula 18: Educação integral.
 A educação de tempo integral ou ampliada vem como a nova tendencia de políticas públicas. Entende-se que a criança tendo mais tempo no ambiente escolar tem melhores condições de adquirir um aprendizado de qualidade pois a escola deve proporcionar horários de estudos individuais e coletivos de forma diferenciada da escola padrão.
Outra caracteristica que leva-se ao entendimento de escola integral sendo mais vantajosa ao estudante é o fato de abrir a possibilidade dos alunos participarem de atividade culturais durante o período de aula. Tais atividades podem ser oficinas de teatro, musica ou trabalhos como cultivo de hortas.
Para que todas estas atividades diferenciadas tenham resultados significativos, é necessário um bom planejamento das atividades extracurriculares, lembrando que a opinião dos alunos é muito importante no processo do planejamento.
É importante ressaltar que escola de tempo integral não é a salvação da educação no Brasil. Apesar de ser uma excelente forma de aprendizado para o aluno (sendo bem planejada e com atividades significativas), é preciso lembrar que a grande parte das escolas públicas sofrem com falta de professores, falta de infraestrutura, materiais didáticos, entre outros problemas. Então é preciso ter pés no chão e lembrar que antes de indicar escola de tempo integral como uma das soluções da educação é necessário dar melhores condições ao sistema escolar que já temos.
Para saber mais:
http://educacaointegral.wordpress.com/


Vídeo-aula 21: Sentimentos e afetos como tema transversal.

Já falamos sobre temas transversais (temas que atravessam todas as disciplinas). A idéia agora é inserir sentimentos e afetos como temas transversais, ou seja, inserir na escola a dimensão afetiva como forma de conhecimento.
Trabalhando sentimentos e afetos podemos atingir diretamente os alunos em três conceitos:
  • Valores - segundo Piaget, são trocas afetivas com o meio exterior, positivas ou negativas. De maneira resumida, projeção de valores afetivos positivos "algo que eu gosto". Contra valor "algo que não gosto".
  • Autoestima - diz respeito a autoimagem que o sujeito controi sobre si, qual o tipo de sentimento a pessoa projeta sobre si.
  • Autoconhecimento - auto regulação de si, consciência dos próprios sentimentos , valores e ideias para ter conduta coerente.



"Sentimentos e afetos como objeto de conhecimento, aprendizagem e ensino, ensina a trabalhar relações interpessoais".


Saiba mais:
http://www.facsaoroque.br/novo/publicacoes/pdfs/arlete.pdf


Vídeo-aula 22: Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de Gênero no cotidiano escolar.
Assim como podemos ter temas transversais que visem trabalhar sentimentos e afetos, também temos que pensar em temas transversais ligados a Gêneros como orientação sexual, ética e diversidade cultural. 

Todos os Gêneros citados acima tem fundamental importância de serem trabalhados coletivamente, incluindo a família dos alunos, pois, educação é fruto da formação da família e também da escola.



Vídeo-aula 25: Estratégia de Projetos e a Construção da Rede.
Para a construção da rede temos as seguintes  etapas de um projeto:
  • A escolha do tema transversal.
  • Aproximação ao tema - apresentação aos alunos por diversas formas, textos, imagens, vídeos, depoimentos, etc.
  • Escolha da temática - os alunos definem temas específicos que querem trabalhar.
  • Perguntas do projeto - elaboração de perguntas sobre o tema específico escolhido (por meio de dinâmicas e grupos de discussões).
  • Planejamento docente - planejamento inicial dos conteúdos curriculares que serão trabalhados transversalmente.
  • Busca de respostas - o projeto segue com atividades coletivas para buscar respostas as perguntas do projeto, sempre registrando o trabalho desenvolvido.
Exemplo de registro do projeto:
Tracejado - plano de aula do professor.
Pontilhado - atividades não previstas, algo muito comum e que o professor inclui no projeto.

Vídeo-aula 26: Estratégia de Projetos e Educação em Valores.
Esta ultima video-aula da disciplina temas transversais  conta detalhes sobre o projeto desenvolvido com crianças de 10 e 11 anos do ensino fundamental, em que o foco do projeto era trabalho infantil e direito a educação. As perguntas do problema eram "O que o governo e nós podemos fazer para ajudar crianças que estão sem estudar?" e "Por que existe exploração no trabalho de crianças? Por que elas trabalham em serviços pesados se quem tem que trabalhar são os pais?".
Atividades planejadas pelos professores foram aplicadas, como por exemplo, conceitos de renda Per Capta, onde duvidas surgiram e foi preciso pensar em atividades extras para complementarem os estudos. Estes estudos ajudam a criança a entrar em contato com o mundo e dar significado ao conteúdo de matemática.
Outras atividades aplicadas foram propostas, entre elas uma escrita de narração sobre os problemas do trabalho,  uma troca de experiências  com outra escola por meio de cartas e jogos educativos. Dentro das atividades foi possível trabalhar com diversas disciplinas do currículo.
Após todos os trabalhos, sentiu-se a necessidade de trocar uma das perguntas do projeto, a primeira pergunta foi substituída por "O que podemos fazer para ajudar as escolas públicas".

Trabalhos como este são muito importantes pois inserem as crianças no problemas da sociedade por meio de um problema do cotidiano e é possível conectar varias disciplinas trabalhando junto, tendo seus conteúdos contextualizados.

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